passeios isabelinos
os caminhos podem estar marcados mas as viagens que lá fazemos ainda são livres
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
um corar verde
saíu de casa em dia de paz. as notícias da sua morte eram portanto manifestamente exageradas e o paraíso era em Nova Jersey e onde estava. dois exemplos da fiabilidade dos jornalistas e jornais, mas... daí a ter de os colocar sempre em dúvida... se lê sobre imagens do corredor para os balneários do seu clube a incentivar violência, pode pensar nas birras impulsionadoras do John McEnroe, na postura arrogante-vencedora do Mourinho,... mas tem de pensar também na irracionalidade presente em muitos estádios de futebol. e acreditar. depois vem um desmentido e tudo fica esclarecido. fica? voltou às fotografias. mesmo que tenham sido aprovadas pela liga de clubes, uefa, apav e cruz vermelha, a dúvida instala-se. mesmo que seja uma manobra antes do jogo com o porto, a selecção das imagens é infeliz, lamentável e censurável. parece que foi um antecipado texto necrológico que fez com que Alfred Nobel decidisse uma operação de limpeza de imagem. sem dinamitar nada...
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
"heroes" da terra
um cd abandonado onde foi escrito "heroes" e a memória do tema do bowie instala-se para, num novo olhar, perceber que a pirataria é outra e os heróis são televisivos. mas há desactualizações que não acontecem... estes são os tempos de sempre, com os heróis de ontem a deixarem de o ser em brutal barbárie, naturalmente televisionada. às vezes apetece fugir daqui, "like the dolphins, like dolphins can swim" e mesmo que fosse por um só dia.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
sem pingo de vergonha
foi às compras. não sacou de lista alguma e começou o passeio pelas prateleiras. um queijo limiano que já viabilizou orçamentos. uma embalagem de cerveja sagres que apoia touradas. uma pasta dentífrica sorriso albarran pepsodent. chinelos de dedo made in indonesia. uma ave pouco engripada... na caixa multibanco do antigo bcp que queria dizer, há alguns anos, banco com preconceitos, pagou a conta da edp. e guardou tudo num saco do pingo doce que comprou nesse preciso momento porque não tinha onde carregar tantas compras. e... ôps. esquecera-se do boicote. já agora, qual foi a última vez que voltou a pagar por um produto ou serviço a cujo boicote apelara anteriormente?
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
no melhor da calçada cai a tinta
ao terceiro dia regressava-se à escola. e era como agora. os novos alunos eram como contratações de inverno, transferidos quase sempre de outras terras mas por vezes da turma mesmo ao lado. havia também os colegas que, como a jerónimo martins, partiam para os colégios onde (dizia-se) era mais fácil passar e ter boas notas. o que para alguns se tornara uma necessidade e para os outros era resposta ao querer mais e mais e mais e mais ainda. autocensurou-se: nem tudo é a preto e branco. e com isso recordou uma das artes de então. esfregava-se o papel cavalinho com cera, cobria-se tudo com tinta da china e raspava-se na imagem negra o desenho pretendido. a venda da edp?... continuou nas parábolas e ficou a pensar nas partes desses desenhos que não eram raspadas, tudo o que podia ser descoberto se se continuasse a raspar. mas aí o desenho deixava de ser desenho, não é? talvez por isso só se mostrasse um pouco do que lá havia e nunca saberíamos se essa cobertura pesada e silenciosa escondia mais do que o que se pensava lá estar e mesmo do que lá estava... sorriu. sempre aproveitou esses desenhos para escrever o que não podia dizer.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
tomai sete euros ó (pecadores) mortais
tinha um gato preto atravessado no seu caminho diário, mas como era imune à superstição dos sete anos de azar, não mudava nem passeio, nem animal. mas estava escrito que um sete, neste dia... a memória dos tempos cabalísticos sucedeu à notícia dos sete euros de aumento por mês nas pensões mínimas, rurais e sociais e a música não lhe saíu da cabeça...
Sete* e sete** são catorze,
Com mais sete*** vinte e um,
Dão-lhes mais sete euros por mês
Porque não gostam de nenhum.
Como é que se sobrevive com uma pensão mínima de 254 euros, rural de 234 euros e social de 195 euros sem cometer alguns dos sete pecados mortais?
* obras de misericórdia espirituais: Dar de comer a quem tem fome; Dar de beber a quem tem sede; Vestir os nus; Acolher os errantes; Visitar os doentes; Remir os cativos; Sepultar os mortos ** obras de misericórdia corporais: Dar bom conselho a quem pede; Ensinar os ignorantes; Corrigir os que erram; Consolar os que estão tristes; Perdoar as injúrias; Suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo; Rogar a Deus pelos vivos e pelos defuntos *** virtudes opostas aos pecados mortais: Castidade; Generosidade; Temperança; Diligência; Paciência; Caridade; Humildade
terra de ninguém
a excepção à sua fantasia dum reinício a cada novo dia um é o dia um do um. há um lapso entre o que ficou para trás e o que é o hoje que impossibilita a imagem de transição; uma terra de ninguém que é o espaço da ruptura marcada por uma enorme nova tabela de preços. era mais caro regressar a casa por aquela mesma má estrada por onde viera, estar doente ou tentar não o ser (e com muitas dúvidas quantos aos medicamentos a tomar...), estar em casa ou sair dela, telefonar a dizer que afinal não vai jantar nem vai ao cinema também... mas, estranhamente, tudo lhe pareceu na mesma. e isso ainda a assustou mais. seria esta indiferença uma forma passiva da desobediência?
Subscrever:
Mensagens (Atom)